Vinte e poucos.

10:37:00

Atrás de um ou mais copos de cerveja, às vezes lúcido, outras já nem tanto, venho me perdendo no mundo das ideias e me desligando cada vez mais do que é físico.
Ando pensando muito no futuro com medo de que, de uma vez por todas, meus planos afundem como o Bateau Mouche na Baía de Guanabara. E se eu não conseguir mudar o mundo? E se eu não conseguir fazer dinheiro? E se eu não conseguir transformar realidades? 

Não me sinto pleno, completo, presente em tudo o que eu faço. Parece-me que tudo o que passa por mim tem saído meia boca - o trabalho final do curso, os resultados no meu emprego, as mudanças internas e externas. É como se tudo fosse uma dieta de segunda-feira, que na terça abre uma exceção por onde passa uma boiada rumo a liberdade. Eu estou cansado.


Não estou fazendo as coisas que me foram propostas nessa vida. Não estou fazendo as coisas que me são essenciais nessa vida. E não me preencho, hora alguma, com o que se passa. Parece que eu já fui mais alegre, mais feliz, mais completo. Nem mesmo a sala de aula tem me causado o êxtase de antes e me produzido a sensação de que, de fato, estou fazendo algo de útil e produtivo para o mundo.

Os vinte e poucos anos chegaram arrasando - não sobrou nada de muito fértil nesse terreno. Nem sonhos, nem sementes, nem projetos. Todos eles confinados ao mundo das ideias porque eu...bem, eu estou cansado demais pra mexer com isso e ninguém se importa. O que importa é o que o cliente quer, o que o professor deseja, o que meus pais esperam, o que a cidade quer ou deixa de querer.

Quantas coisas passam pela minha cabeça...Desculpem se eu perdi a graça da coisa: é que eu deveria estar mudando o mundo e estou preso a uma baia de escritório.

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