Você deveria experimentar mais noz-moscada. Sabe aquela coisinha dura que a gente rala? Você modera demais com medo de estragar e, meu bem, na cozinha não se erra: A proposta é que muda. Dia desses deixei o arroz empapar, e a proposta mudou: Eu queria arroz e fiz um risoto só de arroz!

     Longe de mim querer ser um caga-regra, você sabe, ou deveria saber, que eu odeio essa gente que fica o dia inteiro: faz isso, faz aquilo, você deveria isso, você deveria aquilo.Você não deveria não. Você deve: usar noz-moscada. Mas saiba que noz-moscada é como ser humano: Ao usar, cuidado. E cuidado você não teve nenhum ao não falar comigo. Você deveria dizer, sabia? Eu sei, eu sei que sou desses românticos chatos que lida com o amor como teoria, como tese, como escudo. Mas que mal tenho eu em ser Peixes ascendente em Câncer? Não é pra menos: Óbvio que eu uso noz-moscada como fábula.

     Se você usasse noz-moscada nesse ovinho frito que é sua vida tudo seria melhor, o sabor seria mais envolvente e o seu corpo agradeceria, acredite. Mas não tome, em hipótese alguma, chá de noz-moscada. Mas já disse: não vou cagar regra. Entretanto, é fato: eu tenho um plano de aulas pra dar pra vida. Uma delas de noz-moscada, a outra de escrever. Não, não é escrever perfeitamente e etecéteras, credo! Eu detesto essas regrinhas de português, já reparou que só uso dois porques? Ou é junto, ou é separado, e é porque eu quero assim e fim! Você deveria atentar mais ao seu querer. Ih, já estou a cagar regras de novo.
      Será que a vida não é uma eterna cagação de regras?

     Andei pela rua e me imaginei como um futuro chefe de Estado em frente os comandantes das forças armadas, aquela banda de metais tocando uma marcha e o povo me saudando com amor! Ah, amor! O que você imagina quando anda? Na verdade nem deve ser muita coisa, porque você sempre anda com mais gente. Eu ando sozinho, eu saio (às vezes) sozinho, eu escrevo sozinho. Não consigo ser eu mesmo com muita gente ao redor vinte e quatro horas por dia. Ás vezes eu quero conversar com meus amores imaginários, aí eu cozinho, coloco noz-moscada, sento-me à mesa e converso com todos eles. O Roberto é o que menos fala.Você conversa com seus eu's? Eu tenho vários eu's.

     O eu da faculdade não é o mesmo eu que entra no ônibus, nem o que escreve, nem o que cozinha. Eu me diversifico pra não ficar monótono. Eu detesto rotina funcional e cair dentro de uma me faria tomar um chá de noz-moscada, mesmo que eu tenha lhe proibido de fazer isso. Aliás, você já fez algo proibido? Eu sempre faço e é muito bom, por isso é proibido. É como noz-moscada, você já ousou usar em excesso hoje? Não? Porque? Porque noz-moscada é algo que tem que moderar. Mas tem coisas que moderou, entediou. Mas de tudo, noz-moscada é como ser humano: cuidado ao usar, mas use sempre com amor.

Eu sou um Dom Quixote sem moinhos,
Um Senador das causas perdidas
Dentro de um parlamento fechado.
Eu sou o oprimido querendo ser normal, livre.
A doença dentro da saúde,
A contradição do ser quem sou - ou quem quero ser?

Eu sou a mendicância fina
Que veste ouro implorando imatérias da vida:
-Ô moça, moça, a senhora me arruma um pouco de sentimento?
-Ih moço, hoje eu estou sem nada!
Eu sou o fadado dentro da massa
A ser um em um monte de milhão.
Eu sou o temor - ninguém diz não pra não partir o coração
Mas que coração haverei de ter, se sou herói sem vencer?
Meu sinônimo é solidão.

Eu sou um escambo entre Deus e o Diabo
Ambos sentados tomando cerveja
-Dai a vida, eu dou a tristeza! Disse o capiroto.
E que tristeza maior me há, de não ser nenhum ''broto''?
Eu sou uma falha mecânica na engrenagem do mundo.
Graxa nenhuma faz-me andar pra frente ou volver atrás
E que me importam os pleonasmos
Se eu sou o poeta que escreve amor pro vazio do tempo?

Mas veja que trocadilho infame a vida, Roberto!
O mundo parece um ovo de galinha d'Angola:
Pequeno, pintadinho, cabendo na mão.
Mas não! É sempre um ledo engano:
É menor até mesmo que um ovo de codorna.
Já tentou fritar um ovo de codorna, Roberto?
Nunca tentei, se eu morresse hoje minh'alma choraria nos céus:
-Deus, me deixa reviver só pra fritar um ovinho?
-Gema mole ou gema dura?
Não sei, será que elas bater-se-ão ''até que fura''?
Estava andando pela casa de cueca e camisa jeans,
Camisa jeans foi moda há seis meses atrás, hoje é retrô.
Que me importa? Eu jantei num bistrô,
E você Roberto, o que/quem comerá esta noite?
Que trocadilho infame!
Voltarei pro meu vinho, pra minha televisão,
Voltarei pro meu livro do Pessoa,
Aliás, que Pessoa é Fernando, não!?
Covarde. Assim como eu. Covarde, não comeu.
Nem gema mole, nem gema dura.
Ah, vida, esse eterno poema de trocadilhos infames...

     Nos caminhos difíceis da vida eu ando olhando pro alto que é pra ver a lua, muito mais confortável que a rua. Mas nada, acredite, nada Roberto, ilumina mais meu caminho do que a lua dos teus olhos. Também penetrantes às vezes vermelha, às vezes arregalada, às vezes minguante quando tuas pálpebras cerradas num sorriso.
     Eu quero coser essa lua no ventre do meu ser. A lua dos teus olhos desenha as sombras da noite, é essa luz que beija o mar, é essa lua que brilha toda porque vive no alto. Ah, se Fernando Pessoa pudesse viver dentro do meu corpo ao menos um dia para vê-la: a tua lua! Tão crua, às vezes nua, coberta por um mar de sonhos, desejos, temores.
      A lua dos teus olhos orbita minhas palavras e faz emanar de mim o melhor do meu ser, rasga como faca meu coração e me obriga, ainda que cruelmente, a lagrimar todos os meus versos sobre você. Roberto, ah meu Roberto! Se você pudesse ser eu um dia só pra ver a lua que tens nos olhos....
      Certamente a NASA não ousaria ferir o solo de tua lua a fim de estudos fracos a respeito de tua importância. Tua lua importa para o meu romance tórrido de inverno, tua lua ilumina muitos amantes, tua lua tem mistério, sedução, esconde o prazer quando detrás do leque do tempo.
      Eu quero coser a lua dos teus olhos na minha alma tão calejada e escura para enfim eu possa ser luz. Nada ilumina mais meu papel timbrado do que a lua dos teus olhos, Roberto!

     O fio afiado da faca rasga a fruta fibrosa dentro do copo metálico, um arrepio surge do chão todas as vezes que esse fio toca a pele, por segundos de sanidade a força bruta não faz o sangue jorrar.
Quando se vive com o fio da faca tocando a pele a tentação de rompê-la, nem que seja por curiosidade; é enorme: como seria ver o sangue jorrar quente e rubro na pele branca e deixar sair entre as plaquetas toda angústia, toda mágoa, toda tristeza...
       O sangue saindo é o grito expulsando os demônios que dançam sobre os ombros cantando lamúrias que não se compreende. ''-Mas que diabos eu fiz com meu dedo!?'' O fio da faca rompe o coração e corta a película de coragem que protege os olhos: caem as lágrimas, caem os sentimentos. Desconexos, pouco importando-se com sua reação estranha ao oxigênio externo. Sentimentos precisam sair.
       Um curativo nunca é o suficiente pra fechar; a marca da ferida fica sempre ali pra gente se lembrar: é, doeu. E como doeu. A marca fica ali como um lembrete pra um novo acerto ou um novo erro, depende, exclusivamente, da nossa coragem em fitá-la. Eu caí menino porque olhava pro céu, um olhar tão distante que rompeu a ligação do meu nariz com o resto do rosto. Virar o pescoço pra olhar a própria cicatriz exige saída da zona de conforto, instiga-nos a buscar enxergar nitidamente onde dói e porque dói.
       Cortei meu dedo assassinando uma cebola. Onde a faca rompeu a pele e fez-se sangue pelas mãos, em que ponto o metal parou de talhar a fruta vermelha e lançou o sangue sobre o ar? Nosso corpo é o maior bloco de anotações dos pensamentos da alma: cada talho é uma lembrança, uma lição de casa mal feita, um pedido de socorro. A talhada dói, mas ensina.

Eu me lembro você Capitu
Olhando atrás dos leques do tempo,
Correndo dentro do meu quintal.
Ainda sinto a cigana dentro dos olhos
Como se eu fosse Bentinho, tão Casmurro,
Preso dentro de seus próprios muros: as imperfeições do ser.
Ser quem se deseja ser dificulta saber porque
Você: Às vezes Capitu, às vezes Marcela,
E eu: às vezes Bento, às vezes Brás Cubas.
Não se encanta pelos meus onze contos de réis
Ou meus quinze eternos meses?
Olha, Capitu, com teu olhar penetrante
Eu posso ser Escobar, se quiser um amante.
Já me viro do avesso ao me tropeçar nos livros de antes
Nem parece que o tempo já me passou e nós permanecemos
Intactos, estáticos. Nenhum trem nos traz à tona.
O celibato e as Santas Escrituras me convidam a escrever,
A manter meu relacionamento intocado com o papel.
Excluindo do meu quintal essas musas que iludem
Que correm, que escondem-se nos leques do tempo.
Mas dança Capitu, em meu peito, dança!
Entorpece minhas lágrimas ,
E me faz teu destino!
Te dou mais que qualquer Marcela merece:
A eternidade e todo ouro desta terra.
Abana o sofrer com os leques do tempo...

      A admirava todos os dias desde aquele dia em que a viu almoçando no mesmo restaurante que ele. Pegou seu prato e pôs-se na mesa na diagonal à que ela estava com seu amigo. Era o namorado. Admirou-a e fitou-a nos olhos, quando ela levantou o olhar, ele abaixou o dele. Era um covarde desde sempre que tinha o seu próprio palco para fazer piadas a respeito de sua solidão. Era uma opção economicamente viável, dizia. Não era. Estava bem daquele jeito, e não estava. Estava com o peito esmagado: quando fazia um comentário sobre os cabelos da fulana ou os olhos da ciclana, os colegas riam e diziam pr'aquele poeta romântico ir em frente pra se estabacar. A concepção dentro do seu círculo girava em torno de sexo.
     Mas que futuro haveria de ter um poeta como aquele, perdido num mundo cheio de ternos e gravatas? Eu quero amar e ser amado. Todos queriam, poucos conseguiam. Era de se admirar que mantinha sempre o sorriso como estampa predominante em seu uniforme monocromático, a vida era seu picadeiro, sua poesia era seu divertimento. Todos os dias almoçava, comia sobremesa e aguardava a moça dos cabelos pretos, olhos castanhos, que tinha um nome com uma sílaba mais forte que as outras. Quem era a dona de trinta e cinco dos seus oitenta poemas? Esses dias ela fez vinte e oito anos, vou mandar o garçom entregá-los como presente. Não mandou.
     Um dia, chegou atrasado e apertou insistentemente o elevador. Ela vinha do subsolo para recebê-lo, pensou. Estava só ali, trabalhando no mesmo prédio, mantendo a mesma vida classe média executiva, como todos naquele lócus. Bom dia, disse apreensivo. Bom dia, ela pegou o telefone. Ele olhou de soslaio, checava o e-mail pessoal. Tempo esquisito né? Ela guardou o celular. Não, eu gosto de tempo assim, meu cabelo fica melhor, a roupa cai melhor, minha respiração fica melhor, você não gosta? Gosto, conseguiu dizer entre a timidez.
     Um diálogo sobre o tempo. Uma tese a respeito de sua questão, ela derrubou-o. Massacrou-o. Convenceu-o. Era ela. Independente de ter quisto ser grosseira ou não, ela era pássaro livre e mais solta que os outros. Ela disse tchau, estava com já estava com a aliança dourada. Como sabia que havia perdido a oportunidade de falar com a recepcionista do andar de baixo pessoalmente? O telefone não permitiu-o saber dos seus olhos. Trinta e cinco poemas e um diálogo sobre o tempo...perdido. Era o que havia.

Já me desfiz nesse amor e sou todo mar
E quando eu-mar, te peço: venha mergulhar.
Porque teu navio não deslizaria tão sutil
Quanto teu corpo que me é gentil, sendo assim:
Mergulha em mim!

Aprofunda mais e veja meus corais,
Tão coloridos e felizes,
Sou eu, tu e o que é o mundo lá atrás?
Rompe minha superfície,
Perde esse medo, ousa assim:
Mergulha em mim!

Respira fundo o ar do resto do mundo
E se decompõe em minhas águas,
Abre tuas asas, e voa no meu oceano
Porque eu sou todo mar, todo amar
E quando eu-mar, te pergunto assim:
Ousa mergulhar em mim?

Eu me sinto envolto em ti,
Nada é mais confortável do que ter-lhe aqui
Dentro, escondido, mergulhando
Conhecendo o meu profundo eu.
Sendo ousado, sem temer,
Porque eu também sou o oceano teu:
Mergulha em mim!

   Ninguém quer apostar o mínimo nesse jogo onde o destino pode ser a perda. De que me adianta viver cheio de sonhos se eu não consigo realizá-los com tantas pedras impostas e colocadas justamente onde eu deveria ajoelhar? Eu não estou aqui.
   Eu vivo longe daqui, milhas distante de mim e desse mundo físico-carnal, eu vivo no além, onde estamos eu e mais ninguém. Eu vivo onde imagino meus próprios gigantes, meus próprios amores, minhas próprias verdades pétreas e imexíveis. Eu vivo dentro de uma imagem bucólica demais, futurista demais, surreal demais, em formas desformes e desejos indesejados por qualquer um, onde a moral não me corrompe e os desejos do meu coração são atendidos com o sim. Onde tirania nenhuma me impede de sonhar e ousar encarar o desconhecida, onde tirania nenhuma impede meu querer. A única ditadura que eu vivo, aqui dentro de mim, é a ditadura da vida! E nela eu só preciso viver. 
   Independente das obrigações sociais como pentear o cabelo ou ostentar nomes falhos e putrefatos que vivem sobre pedestais de ouro roubado dos pobres. Onde eu vivo, eu vivo no meu próprio palco.
Onde eu vivo, eu acredito no amor em sua forma mais pura, mais lapidada. Como um diamante detalhadamente trabalhado pra ser meu e de mais ninguém. O amor que recebe e acolhe, que abraça apertado e não chuta, não disputa, o amor que se acredita entusiasticamente por ser só amor.
    Ninguém quer apostar ou comprar ações das empresas que me levam ao meu mundo. Ninguém aposta nos meus sonhos. E é como se eles fossem um fogo ardente aqui dentro com um balde d'água prestes a acabar com tudo: a realidade é muito mais dura. Ela nos obriga a crer no que é possível: nada. A viver tão pessimistas a ponto de mudar nossa feição. A realidade é a mãe que vira o rosto pro filho. É a dor intrínseca dentro de todos os seres: ninguém quer realidade. 
-E que lugar você estaria agora se não pudesse estar aqui?
Eu não sei se em meu mundo, pois ele é puro fogo dentro de mim, uma chama vazia quase nula, que me impede de ser luz na escuridão. Quanta dor, quanto sofrer! No meu mundo os meus problemas são protagonistas, as pessoas acreditam neles e tentam me ajudar. Mas que mundo imbecil, a realidade é o julgamento dos sonhadores.
Diz, uma única voz, que sou ''Firme como o líder que deseja ser, sonhador como o ser humano que é. Apoiado.'' Eu o sou pelos que acreditam no amor, nas palavras, nos versos. Eu sou a liderança dos sonhadores, eu sou a carne que sofre por quem acredita nos amores. Eu sou o Senador dos que mantém seus próprios mundos. Mas hoje minha cabeça está tão cheia de lágrimas que eu só preciso de um peito que acolha-a e diga: -Tudo bem, Philippe! Eu estou aqui com você. O seu mundo fica pra outra hora, venha ser parte do meu...

Eu gostaria de ter essa chave que abre a porta
Que você permitiu emperrar com o tempo.
Porque o medo do novo, se o novo pode ser o que se espera?
Diamantes precisam ser lapidados.
Eu gostaria de ter coragem o suficiente pra pegar seu braço,
Olhar no fundo dos seus olhos e dizer: é você.
Independente das adversidades do tempo,
Da distância e da saudade,
O que é escrito pra vivermos nesta Terra,
Não pode ser modificado bruscamente sem que paguemos o preço.
Você pode me ouvir? Pois então ouça, querido:
Não fuja do meu gostar.
Não fuja sem que eu esteja contigo mais um pouquinho,
Nem que sejam segundos, poucos minutinhos...
Nossas vidas são diferentes, nossos sonhos são diferentes,
Nossos rumos são diferentes, eu bem sei dessas duras verdades,
Mas...se um dia você quiser abrir essa porta,
E me permitir entrar pra fazer tudo novo...
Eu farei como a mais linda das minhas poesias,
O mais coerente dos meus discursos...se você abrisse a porta
Nós seríamos poesia, e eu deixaria meu gostar
E como necessidade una do meu ser: eu te amaria.
Se você abrisse essa porta, e me deixasse entrar,
Se essa barreira caísse, eu conjugaria o verbo amar.
E que me importa se eu tivesse de nadar de mar a mar?
Só abre a porta, que a vida não encontra pessoas à toa!
Se você abrisse a porta, a escuridão seria um eterno dia
E dane-se seu desejo de viver somente a noite,
Se você abrir a porta, eu dou minhas costas ao açoite.
Eu faria tudo e iria além do que o infinito pode alcançar
Mas eu só posso se você se destrancar...
O bicho papão pode ser só uma roupa pendurada
O amor pode estar à beira da estrada. Abre a porta?

O que é visto dessa tez quando olhada do prisma de fora?
O que é visto dessa tez se eu pudesse mirá-la de fora de mim?
Eu não sei se quem me vê, me vê como eu mesmo vejo a mim:
O pleonasmo da ilusão do sonho de manter em mãos grandes
Pequenos desejos da alma, ensejando pra se conjugar: fazer!
E tremendo em suas calças, ouvindo o eco de fora que lhe permite: temer!

O que me dizem os espelhos d'alma de outrem?
Como me enxergam, quando cansa minha cabeça ele?
E meus ombros pesados, fatigados, suados dentro do trem?
Quem me garante a beleza que poucos dizem que retenho
Se o sentimento, intrínseco, não confirma ou refuta tais dizeres?
Sou eu, o bloqueio dos prazeres?

De que me adianta a alma grande, se o que me garante
É ser, por fora, grande, gigante, largo e bastardo?
É como estar num lago não vendo reflexo, não tendo nexo...
Eu sou o que sou, ou eu sou o que pareço ter? Complexo.
E se a complexidade de ser quem sou, me permite dizer o que eu quero:
-Você que me vê, me vê como eu quero?