Tem que ser forte e intenso como mar de ressaca. E leve como o vento gelado no meu rosto quando ando de bicicleta.
Tem que ter equilÃbrio no dia a dia e desequilÃbrio nas horas de arriscar. Precisa se arriscar e se jogar de cabeça mesmo havendo dúvida se o pára-quedas vai abrir, e quando não abrir tem que saber rir dos machucados.
Tem que ter um riso solto de quem não tem dúvidas sobre o poder de dentes bem cuidados. E os olhos também têm que rir junto, até que as lágrimas vertam e ao final de cada riso saia o “Aiai”de quem ri feliz. E de quem não se aguenta de felicidade.
Tem que não temer. O que os outros pensam, as energias negativas, o novo e o risco precisam ser detalhes gostosos de lidar. Tem que não ter vergonha. E tem que ter orgulho - de ser quem se é, das escolhas que se faz, dos riscos que se toma e do amor que se tem.
Tem que ver que há jeito para tudo, até para o que não parece ter jeito. Tem que escrever, falar, demonstrar e estar disposto. Tem que saber ser colo também. Tem que também fazer o almoço e o café da manhã. E tem que tomar decisões que às vezes eu esteja esgotado de tomar.
Tem que deixar o não sei pra fora. E saber qual será o almoço, o horário de ir ao parque, se quer ou não viajar no feriado.
Tem que fazer da rotina um detalhe. E tem que pegar o pano e tirar pó junto. Tem que valorizar a faxina e não achar que é só uma loucura. Tem que ver nessa e em outras loucuras mais do que as insanidades em si, mas também os sinais que se expõem.
Tem que ter atenção aos detalhes. Tem que discutir e resolver os problemas. Tem que estar disposto. Tem que saber que merece muito. E tem que ter muito para oferecer.
O amor assim, com muitas regras, talvez não seja como tem que ser. Mas no fim do dia, quando eu escrever no caderno azul, tem que valer a pena. Porque teve a sua importância. E se importou comigo, como eu tenho que importar. Como eu me importaria.
Tem que ser, de alguma forma. Há de ser. E será.