Parabéns, primata!

11:58:00

Os dias amanhecem nublados, frios e esquentam até o sol das 15h. É diferente dessa mesmo época em 2016.

Essas diferenças, pequenas, me são muito notáveis. Já não estou nos metros quadrados da Vila Silvia preocupado e afoito com o ano seguinte. O ano seguinte chegou e já está se despedindo. A felicidade não está mesmo no próximo passo, no momento seguinte, no alvo a ser alcançado - ela está no presente, se permitida entrar.

Há um ano atrás eu sequer retroalimentava as expectativas que criei. Estava afoito com o futuro e feliz com o passado. Faz um ano desde aquele encontro tão desastroso que houve entre nós. E dali saíram os nossos nós.

O enfeite-do-meu-ser foi alimentado pelos meses seguintes depois de longas horas olhando para o teto. Entre ''porquês'' e ''quandos'', fui me alinhando e encontrando, de novo, os trilhos e o caminho do meio. Nem muito lá, nem muito cá.

Dia desses me peguei revendo, mais uma vez, as memórias do fatídico 2016. Cheio de tropeços, vergonhas, medos e desastres naturais e sobrenaturais, coloquei em 2017 - o próximo passo - a esperança de ser feliz. Hoje, neste passo que já foi o próximo e se torna passado, percebo que a felicidade esteve tão presente e ao mesmo tempo tão negligenciada.

Com esperança de reencontrá-lo em mais uma das noites de 2016, o ano passou. Ficam as lembranças de um ano escrevendo no diário vermelho os momentos de desespero. A emoção tomando conta, como agora quando me lembro dos nossos nós, descaminhos e da notícia maravilhosa que acabei de receber.

É antagônico. Me lembro quando deitado, chorando, mandei um áudio chorando pra uma amiga. ''O que eu vou fazer, gente?'' E muita coisa foi feita. As coisas fogem ao nosso controle, não dependem única e exclusivamente do nosso desejo. Se fosse assim este texto, com cara de despedida de 2017 mas com o intuito de lembrar um ano dos nossos desencontros e descaminhos, seria melhor escrito e mais bem detalhado.

Enfim. Um ano de ladainha.

Parabéns, meu amor. Este texto é mais dos que eu escrevi pra você não ler, assim como o gif dos macaquinhos que eu salvei pra te mandar e não tive coragem.

Poderia ser a gente. Não foi.

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