Segunda Chance.

15:46:00

Algumas tristezas pequenas se acumulam e formam uma bola de neve. De repente, várias delas se unem e descem ladeira abaixo. Há avalanches que vêm pra nos derrubar mas existem árvores e edificações que, mesmo abaladas, envergam e continuam firme no seu propósito. Eu fui chamado a fazer parte desse grupo.

Nem uns antidepressivos, nem meia garrafa de vodca, nem frustrações, nem conflitos internos, todos eles, unidos no propósito de me tombar, foram capazes de abafar meus gritos -Eu não quero morrer!

E por não querer tantas coisas pela vida, como os segundos lugares, os feitos medianos, os ensinamentos medíocres e maneiras de ser/estar que não estão nos extremos positivos ou negativos, fui buscando viver na corda bamba que do alto pode me levar ao chão em segundos. Fui me perdendo em querer ser o melhor, estar melhor e aparentar ostentar aquilo que eu não sou, escondendo as minhas falhas que me fazem único. Polêmico, dramático, sarcástico, irônico - seja o mal que for, é o que me faz ser quem sou e oprimir isso, na tentativa de ser aceito, é a pior coisa. Eu não quero ser aceito, eu nasci para aceitar.

Dois dias são importantes na nossa vida: o dia em que nascemos e o dia que descobrimos para o que nascemos. Ainda não sei com que material vou desenhar meu legado, mas estou caminhando para tentar deixar alguma lição para as próximas gerações. Eu não quero morrer e nem pensar nessa hipótese tão estapafúrdia que tentei pôr em prática. Eu preciso viver, por algum motivo maior, por alguma causa além do meu entendimento. Mesmo que com remédios que me deixam nauseado durante o dia, mesmo com obrigações difíceis de cumprir, mesmo com a necessidade de ter que colocar de lado o que tanto amo levar comigo... Há sempre uma nova chance de consertar as coisas, a minha história não acaba aqui. 

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