Por menos problemas com quem se dispõe a ir sozinho, a partir de casa rumo a um lar, a sair daqui e ir pra lá sem dizer tchau, sem saber se voltará. Menos, muito menos. Mais liberdade pra sentir o vento, o frio, as texturas, ouvir a música e escutar o coração. Deixar lágrimas rolando em casa e aquarelar o rosto com sorrisos pela rua.

Por menos problemas com quem escolheu ser livre e acordar cedo fazendo as obrigações. Com quem abre os braços pro mundo e recebe de peito aberto a cultura, o amor, a educação e a paz que se assemelha à uma barra de chocolate.

Por menos problemas com quem aproveita do universo como o universo aproveita dele mesmo.

Por mais pessoas como eu, semelhantes, quase-iguais, sozinhas por aí, encontrando-se perdidas e mal amadas, queridas e dispensadas. Por mais eus espalhados por aí, rodando entre as bancas de revista, as livrarias e as avenidas, cortando as calçadas e lendo folhetos. Por mais eus espalhados por aí pra que, enfim, eu encontre as pessoas interessantes que sou.