Oi sumido;

13:25:00

Pra quem foi embora antes da sobremesa.

Oi sumido, como você está?

Aquele filme que estreou em novembro, quando te convidei e você desmarcou quando eu já estava no metrô foi ótimo, a sala não estava tão cheia, a pipoca estava bem crocante e eu? Bem, eu estava anestesiado e acreditando que de fato havia um imprevisto. O restaurante, também postergado, que íamos conhecer e descobrir juntos, não é lá essas coisas. Mas a comida é agradável, o ambiente acolhedor e seria mais interessante se você tivesse junto. É chato estar num lugar com várias pessoas acompanhadas sendo notado por estar desfrutando da própria companhia, mas valeu a pena, foi um bom investimento de tempo e dinheiro para estar comigo mesmo.

Lembro também do dia em que fui à Avenida Paulista dar uma volta numa tarde de domingo e convidei alguém, sumido, pra tomar um sorvete, andar, ouvir a música, rir das crianças e ver uma política pública que deu super certo de perto. Fui sozinho. Estava sol com um vento gelado quase cortante e eu optei por andar pelo meio, ao sol, quase ao lado dos ciclistas. Vi o Maestro João Carlos Martins e sua orquestra na FIESP, realizei uma vontade que tinha quando ainda estava no interior.

Entre livrarias, cinemas, teatros e restaurantes em que eu ia acompanhado e acabei tendo de ir sozinho entre um imprevisto ou outro, uma desculpa esfarrapada ou outra, que os sumidos invocaram no whatsapp, estive nos lugares que sempre quis acompanhado de quem sempre se importou comigo mesmo: minha consciência. Às vezes constrangedor, às vezes difícil e às vezes bem triste (como naquela vez que só havia casais felizes sentados ao meu redor), os sumidos me ajudaram tanto quanto as terapias que não pude ir.


Oi's sumidos. Números nas agendas, conversas que terminaram, curiosidades que descobri. Sumiram, como antes quando não estavam. Os convites, alguns, permanecem não mais com tanto interesse pela combinação astral, é mais pra falar de mim e mostrar o que eu gosto. E a vida? A vida vai nos convidando a seguir em frente e quando fica difícil, bem difícil, ela manda aquela mensagem: Oi sumido, rs. Vamos dar uma voltinha juntos hoje?

É assim que tenho descoberto e vivenciado momentos ímpares com o homem da minha vida. Eu mesmo, Philippe Gama. Aprendendo e escrevendo por aí. Uma pena os sumidos terem ido embora antes da sobremesa, ela estava ótima.

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