Sobre não se permitir;

12:43:00

Como a gente se nega oportunidades e caminhos com medo de ser feliz. 

Conversando com uma amiga que conheceu um rapaz interessante, ela se disse amedrontada pelo que pode vir no futuro, no que pode se transformar esse interesse mútuo. Eu mesmo já fui essa pessoa - com medo do futuro, deixei alguém legal partir. É incrível como o passado tem um poder gigantesco sobre nós. A gente passa os dias na ansiedade de que o próximo não seja como o anterior. O próximo emprego não pode ser tão decepcionante como o anterior. O próximo relacionamento não pode dar errado como deu o anterior. A próxima vez tem que ser diferente das outras. 

Nós temos uma dificuldade imensa em reconhecer que nunca tomamos banho duas vezes no mesmo rio e como seres humanos em movimento nunca permanecemos os mesmos e só crescemos. Aprendemos a ter mais parcimônia com a vida, com as falas, com os gestos, com as chances. O problema é que de tanto nos auto regularmos a gente começa a viver em massa, em grandes comboios, fazendo tudo como todo mundo. A gente tem medo dos extremos mais pelo que eles representaram no passado do que o que podem representar.

A gente se nega demais. A gente tem medo demais. Fazer papel de trouxa, esperar aquela mensagem, mandar aquele currículo com esperança e tantas outras vontades que temos se tornam desistência mais pelo que nós achamos do que pelo que pode acontecer. E se a resposta for diferente daquela que queremos, se a mensagem não for respondida e o emprego não vier, paciência, é a velha hashtag vida que segue. 

O rio continua a rolar, as coisas continuam acontecendo, cabe a nós decidir se vamos mergulhar - e enfrentar situações, pessoas e arriscar o que temos -  ou vamos colocar só a pontinha do pé com medo do que tem na água - melhor o certo do que o duvidoso.

 Eu não nasci pra viver com quem tem medo de se molhar. Se for em alegria ou em decepção, deixa molhar, a gente se seca juntos depois.


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