Brainstorm sobre sonhar e não fazer.

16:07:00

Ninguém pode controlar os sonhos que tem. 

Filiar, não filiar. Militar, desistir. Falar, não falar. Ir, ficar. Entre tantas dubiedades da vida eu me vejo aqui, parado de samba canção observando a parede manchada enquanto toca um rock brasileiro dos anos 80 ao fundo. O que é que eu faço com a minha vida?

São questões momentâneas, passageiras, mas que permeiam um planejamento estratégico a longo prazo: como eu vou deixar meu legado, minha história, meu nome pro mundo, se nem sei ao menos onde começar? É essa luta incessante pela eternidade, pela história, que fazem do momento presente tão inútil e improdutivo. Fiz tanto e não colhi nada. Pensei tanto e não produzi nada. Tanto e nada. 

Diversos momentos passados me fizeram desejar o agora como nunca antes. Me livrei do emprego desestimulante, me livrei da obrigação de levantar todos os dias pontualmente às 07h, pra seguir a rotina: banho - iogurte - metrô - trabalho - almoço - metrô - casa. Ainda que ruins as rotinas, elas me serviam pra ter o mínimo da sensação de dever cumprido. A partir de agora, todavia, vêm as questões que rasgam todos os paradigmas e verdades e versam sobre o que é irreal e está mensurado somente na minha cabeça. 


Que hora há espaço pra sonhar?

Num mundo com relações humanas tão desumanas, onde nem todo mundo deságua como eu e tem muito a oferecer como eu tenho oferecido, é importante saber viver na corda bamba que fica entre dois verbos: lidar e sofrer.

Ninguém pode controlar os sonhos que tem. Mas o Senado parece cada vez mais longe, cada vez mais difícil, e as pessoas têm feito questão de me lembrar disso diariamente. Cada um pra um lado, cada cachorro lambendo sua ferida, cada um num caminho diferente. E todos se engalfinhando pra ver quem chega primeiro. 

Uma luta por pódios motivada por sonhos. Ninguém pode controlar os sonhos que tem, e esse é o problema: como a gente lida com essas feras querendo sair de suas jaulas?

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