Amores reais não duram meia hora.
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Amores reais não duram meia hora.
Não passam de sonhos, fantasias, devaneios. Não passam de uma brisa fria na tarde de outono.
Não compartilham, não lidam, não tocam. Amores reais não sentem, nem se sentam à tarde para o café forte, para o jantar demasiadamente temperado. Amores reais não duram meia hora, trinta minutos, alguns segundos.
Não passam do subjetivo encontro de duas crianças num campo florido. Não ardem, não rasgam, não sofrem. Amores reais não têm ansiedade, medo, dor de barriga, insegurança. Não passam de trinta minutos, não duram mais que um piscar de olhos.
Amores reais não compram presentes, não giram o calendário, não cumprem promessas, pactos, metas. Amores reais não fazem piada, não contam histórias, não se tornam história de fato.
Não duram meia hora. Trinta minutos. Alguns segundos.
Amores reais não assistem, não leem, não escutam. São perenes, são chuviscos, são silêncio...muito silêncio. Não duram. Não florescem. Não crescem. Nascem hoje para morrer em menos de meia hora. Não completam uma ampulheta.
Não sobrevivem, não se prolongam. Nascem fadados ao seu destino: não durar meia hora.
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