Tormenta.

14:26:00

Me deixa uns minutos sentado quieto, em paz comigo mesmo. As palavras estão lhe pegando pela mão e trazendo-lhe até meu papel, estou relutante em segurar a caneta mas não consigo. Alguém fala sobre tecnologias de informação, gestão de processos e uma série de termos técnicos que não são distantes o suficiente pra que eu fuja.

Risco uma, duas folhas. Não posso mais. Não consigo. Não devo. E a linha tênue entre o que se deve fazer e o que se pode fazer quase se rompe e me mistura em um só, por pouco não fico imerso em nossos poemas escritos a uma mão trêmula.

Eu estou prostrado diante um papel em branco com uma caneta apontada pro meu peito. Clemência. Me deixa livre um pouquinho? Me deixa respirar um pouquinho o ar puro que deve haver lá fora. Eu não consigo mais. Eu quero ficar um pouco amuado, perdido no nada e sentindo somente o meu cheiro. Que seja de solidão, que seja de sofrimento, que seja de saudade. Eu quero me sentir. Me deixa tomar o espaço e expandir quem eu sou. Hoje eu quero ficar sozinho.

Não me peça um poema, uma carta, um texto. Não me peça pra ver um filme e imaginar que nós dois também nos casaremos ao pôr do sol em frente a um lago. Eu não consigo mais. Estou fatigado de estar à distância vivendo sobre pedestais de cristal que querem se romper e me derrubar. Eu não posso cair por que eu não sei se eu conseguirei levantar de novo. Me deixa aqui, quieto, e não julga o meu chorar.

Você é a minha tormenta.

Eu quero calmaria.

You Might Also Like

0 comentários

Subscribe