Dezessete de março.

19:47:00

Dezessete de março de trinta anos atrás. Nasce um transformador de meninos em homens, de melancólicos em poetas e sobretudo, de admiração em um tipo esquisito, fora do dicionário e sem explicação de amor. Foi assim, de repente, aconteceu. Um abismo de dez anos nos separava, quando eu tinha dezessete, você vinte e sete e três anos se passaram. Nada mudou. A não ser as distâncias. Algumas se aproximaram, outras se alargaram e nós continuamos caminhando lado a lado batendo nossas mãos entre os desconhecidos da vida dizendo um ''desculpa'' que ninguém ouve direito mas balbucia um ''tudo bem''. A pensar bem, nós somos dois desconhecidos perdidos pelo Terminal Brás, a diferença é que eu sigo sentido Calmon Viana e você Corinthians-Itaquera: juntinhos, paralelamente, mas separados em velocidade, tempo e trilhos. Já não faço mais poemas tão tristes quanto antes, nem textos sem espaços após as vírgulas. Eu abandonei o tumblr, o wordpress e voltei pro blogspot. Eu também perdi algumas manias chatas como me importar em sair ou não sozinho...é como se você tivesse ali, comigo, ao meu lado. Você se sente assim? Eu sei que não, é fato que você sempre está acompanhado e que isso pouco me importa se eu sou apenas um paralelo distante da sua vida. Eu não rasgo mais as palavras pra dizer o que eu já disse, a minha própria escrita me cansa, mas nada, passem os anos que passarem, me fará esquecer de você nessa data: dezessete de março de dois mil e qualquer coisa. Feliz aniversário.

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