Dizer não é um ato solidário. É o altruísmo se manifestando em nós e nos outros. Dizer não requer, sobretudo, uma segurança que nós não temos a fim de evitar que a desculpa da ''rotina'' faça com que nossos passos sejam lentos, iguais e mórbidos.

O não pra nós mesmos é o mais difícil. Olhar dentro da própria íris e negar aquilo que tanto queremos é como se auto flagelar. ''Por que não? Só eu vou saber! Apenas dessa vez...'' E de vez em vez a gente cria uma rotina que nos acostuma a abrir sempre brechas e afrouxar os cintos, o problema é quando a vida freia sem nos avisar e passa por cima de uma dessas lombadas que encontramos no caminho.

Saber falar não pra nós é também o exercício de ajudar o outro a colher seus próprios frutos. Não é sempre que estamos com o coração disposto (e forte) o suficiente pra ajudar alguém, não é sempre que poderemos estar à disposição do outro e/ou teremos o tempo hábil para a cooperação. Cada um de nós tem de andar pelos próprios passos, pelos próprios caminhos. Dizer não é abrir as portas para o Sim e receber da vida aquilo que ela pode nos trazer de melhor.

Não vou me desesperar. Não vou chorar. Não vou atrás. Não vou morrer de amor. Não vou morrer de desamor. Não vou ficar esperando. Não chorar. Não sentir. Não amar. Não vou estar. Não vou ligar. Te indico alguém.