Confesso.

13:12:00

Tenho visitado, cada vez menos, as palavras e os versos. Sobre esses, já tenho guardado um desconhecimento preocupante e cada vez maior, uma vez que foram se personificando e indo embora, assim como as pessoas de fato. 

Vivido mais. É o que tenho tentado fazer durante esses dias, abrir mais os braços e receber as pancadas de bom grado, sofrer e sentir a dor e a cicatrizante sensação de que eu sempre posso melhorar após essas lapidações que acontecem rotineiramente. É instantâneo que eu transforme minha dor em poesia e minha lágrima em verso, por que não faria eu com as pancadas que tomo?

Cada vez um porrete diferente, uma dor igual e uma cicatriz nova. Tenho sofrido, é bem verdade, tenho passado apuros, não nego, mas não tenho caído aos prantos. Choro, sim, ao travesseiro, mas não me dou ao luxo de fazê-lo nos palcos. O que é meu, agora fica guardado onde só eu encontro (e também onde posso perder). 

Se o meu ego quer me fazer feliz me faz cantar. Me faz viver. Me faz ser enfeite, enfeite do meu próprio ser. Ser eu quando não sou nós, ser eu quando sou só, ser eu quando eu tenho de ser quem se importa comigo: eu mesmo.

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