Ai, Irene.

14:59:00

Ai, Irene!
Eu sou uma gota
E você um oceano.
Eu luto contra os moinhos,
Você derrota os gigantes.

Ah, Irene, meu punhal de prata!
Enquanto a vida lhe dá sossego,
Ela só me mata!

E que penso eu senão liberdade?
E que penso eu senão razão?
E que penso eu senão boa vontade?
E que penso eu senão coração?

Ai, Irene!
Que sábio sou eu
Que não sabe de nada?
Que decisão tomo eu
Entre a cruz e a espada?
Eu sou só uma gota no mundo
Sou um respingo numa poça
E pouco posso fazer.

Ah, Irene, meu punhal de prata!
Essa dor tão perene
Me força a escrever
E quando escrevo, minha Irene,
A tua poesia me mata.

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