Marinheiro Só.

17:16:00

Eu estou solto no mar revolto. Sem meus remos, sem minhas rotas. Estou perdido tentando, burramente, me encontrar. Tudo está nego e azul. A solidão desse mar me aflige e me deixa perplexo. Eu sou um mar sem vida e revolto. Não tenho esperança, não tenho sonho, não tenho tesão pela busca de nada. Me tornei tudo o que eu sempre repudiei, foi como cuspir pra cima e deixar cair na testa. É ácido.


Meu barco à deriva nunca teve onde aportar, não sabe para onde e ir e não tem esperança de chegar em algum lugar. Sou eu, um monte de remédios, um monte de problemas e o mar: escuro e revolto. Sou eu, sozinho, como sempre, olhando pro céu e caindo mais vezes, cortando o nariz mais vezes e dessa vez não há sutura - eu já não tenho sete anos. Eu estou sangrando. Eu nem sei se estou alguma coisa...eu não sou nada mais que um marinheiro à deriva esperando ser engolido pelo mar das próprias angústias, das próprias lágrimas e do próprio coração. Eu sou a maior armadilha que poderia ter acontecido pra mim mesmo. Quem me disse que amar nos leva a lugares distantes tomou outra rota...

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