Maldizer.

18:32:00

Verdadeiramente eu amaldiçoo.
Com todo meu laborioso horror
E creio na sentença da vida
De forçá-los à plenitude da dor.
Maldigo os feitos malfeitos
E rasgo os versos em profunda raiva:
Quem é este poeta preso ao chão?
Quem é este que não vive a busca?
E que busca há num vilipendiado
Coração sem coragem?
Amaldiçoada seja a linhagem destes pederastas
Para que afoguem-se em seu chorume
E emudeçam-se de tanto clamar perdão!
Eu rasgo os versos desses fariseus,
Poetas descrentes da Poesia
Como se fossem cristãos ateus.
Os enterro em suas próprias terras
Para que apodreçam dentro de si
E que sua compostagem não sirva, sequer,
De adubo para suas mudas que só
Produzem: merda!
Os maldirei até meu repousar eterno
E farei de teus feitos ridículos
Diante das minhas corajosas lutas!
Quem são os poetas caretas
Espiralizados no vazio
E crentes que controlam a si mesmo?
A estes que não são gauches na vida,
A morte lhes será o fim
Quando eu soltar meu disparo certeiro
A fim de limpar o universo desse lixo.
Perdoai-os, orixás de meu Brasil!
Perdoai-os, deuses de Atenas!
Perdoai-os, divindades orientais!
Eles não sabem o que dizem,
O que fazem e nem por que agem.
Malditos poetas vazios!
Malditos Poetas sem Poesia!
Não se entregam ao mar de sentimentos,
Tampouco se despreocupam com as normas,
Se prendem à realidade, ó cruéis!
Envergonham a classe dos que sonham
E voam até atingir seus objetivos,
Se engrandecem pela razão
Mas não saber dizer sobre verdadeira paixão.
Quem são estes que se escondem em suas máscaras
E não expõem suas escaras?
Eles enlouqueceram nas suas verdades e dogmas
E se esqueceram de viver o que pregam.
Malditos, ridículos, nojentos!

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