2015

18:24:00

As esperanças se renovam em todo começo. É como se a partir de determinado evento tudo se tornasse diferente. Meia-noite, outro janeiro, outra semana, a partir dessa semana a revolução se inicia. A gente sempre espera que as mudanças ocorram independentemente do nosso agir, do nosso querer, mas se não quisermos, como mudará?

A partir desta data não prometo que não prometerei nada, espero apenas que eu saiba o que prometer e que eu prometa, no meio das promessas mais absurdas, coisas tangíveis aos meus dedos.

Não espero nenhum grande amor, nenhuma grande fortuna, não quero estar com muitos amigos. Que eu tenha o amor necessário dentro de mim para emanar as energias que atraem aquilo que é bom. Seja lá o conceito de bom, o que a gente quer depende daquilo que pedimos e, mais do que isso, como pedimos.

Me lembrei durante a madrugada, fazendo meus pedidos aos céus, da velha história do homem que pedia chuva em sua horta e, chovendo, nada produziu. Às vezes nós não precisamos apenas de chuva, é preciso sol, vento, lua e ar. Nós somos incompletos buscando a completude na vida, seja ela o que for. Alguns a encontram, como eu, nas palavras, outros nos entorpecentes e esses, distantes e próximos, me incomodam muito.

Talvez essa mudança no calendário tenha sido a mais calma que enfrentei. Não houve um grande motivo para chorar ou algo que me fizesse comer as unhas de ansiedade, pelo contrário. Estou numa fase em que nada mais parece escorrer entre meus dedos, hoje dificilmente eu quero pegar algo e tomar como meu - o que é meu, é da vida! Já não me importam os indicadores que tanto me apontam e tanto me fatigam, eu só quero viver.

E viver exige um pouco de esforço, um pouco de lágrima, um pouco de afeto, um pouco de gente, um pouco de tudo e um pouco de nada. De pouquinho em pouquinho a gente faz um montão e torna a vida uma dádiva. Que 2015 tenha vários pouquinhos e muita sabedoria!

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