Leques do tempo.

19:38:00

Eu me lembro você Capitu
Olhando atrás dos leques do tempo,
Correndo dentro do meu quintal.
Ainda sinto a cigana dentro dos olhos
Como se eu fosse Bentinho, tão Casmurro,
Preso dentro de seus próprios muros: as imperfeições do ser.
Ser quem se deseja ser dificulta saber porque
Você: Às vezes Capitu, às vezes Marcela,
E eu: às vezes Bento, às vezes Brás Cubas.
Não se encanta pelos meus onze contos de réis
Ou meus quinze eternos meses?
Olha, Capitu, com teu olhar penetrante
Eu posso ser Escobar, se quiser um amante.
Já me viro do avesso ao me tropeçar nos livros de antes
Nem parece que o tempo já me passou e nós permanecemos
Intactos, estáticos. Nenhum trem nos traz à tona.
O celibato e as Santas Escrituras me convidam a escrever,
A manter meu relacionamento intocado com o papel.
Excluindo do meu quintal essas musas que iludem
Que correm, que escondem-se nos leques do tempo.
Mas dança Capitu, em meu peito, dança!
Entorpece minhas lágrimas ,
E me faz teu destino!
Te dou mais que qualquer Marcela merece:
A eternidade e todo ouro desta terra.
Abana o sofrer com os leques do tempo...

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