A lua dos teus olhos.

20:07:00

     Nos caminhos difíceis da vida eu ando olhando pro alto que é pra ver a lua, muito mais confortável que a rua. Mas nada, acredite, nada Roberto, ilumina mais meu caminho do que a lua dos teus olhos. Também penetrantes às vezes vermelha, às vezes arregalada, às vezes minguante quando tuas pálpebras cerradas num sorriso.
     Eu quero coser essa lua no ventre do meu ser. A lua dos teus olhos desenha as sombras da noite, é essa luz que beija o mar, é essa lua que brilha toda porque vive no alto. Ah, se Fernando Pessoa pudesse viver dentro do meu corpo ao menos um dia para vê-la: a tua lua! Tão crua, às vezes nua, coberta por um mar de sonhos, desejos, temores.
      A lua dos teus olhos orbita minhas palavras e faz emanar de mim o melhor do meu ser, rasga como faca meu coração e me obriga, ainda que cruelmente, a lagrimar todos os meus versos sobre você. Roberto, ah meu Roberto! Se você pudesse ser eu um dia só pra ver a lua que tens nos olhos....
      Certamente a NASA não ousaria ferir o solo de tua lua a fim de estudos fracos a respeito de tua importância. Tua lua importa para o meu romance tórrido de inverno, tua lua ilumina muitos amantes, tua lua tem mistério, sedução, esconde o prazer quando detrás do leque do tempo.
      Eu quero coser a lua dos teus olhos na minha alma tão calejada e escura para enfim eu possa ser luz. Nada ilumina mais meu papel timbrado do que a lua dos teus olhos, Roberto!

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