Colibri.

18:06:00

Eu fiz um desenho pra ti
Que nunca deixou de ser meu colibri,
Tão rápido e encantador
Que se parar de voar e pousar em mim
Aos poucos morre de dor.
Ai meu colibri!
Tão póstumo tu és,
Nem tanto quanto Brás Cubas,
Mas me deixa amargo e sensível
Como o Casmurro que sempre fui.
Não há hora de estrela alguma
Que brilhe pra que dancemos...
És meu colibri
E teu fado é voar pra longe de mim.
Eu desenhei com cores,
Cada uma representando uma de minhas dores,
Ai, quantos amores! Nem todos são flores...
És meu colibri
Com um nome curto e forte
Que me causa tremores nas mãos,
Nem mesmo meus psicotrópicos
Me poupam de pensar em ti
Que pouco a pouco
Pousa, e se afasta,
Posta, e se afasta,
Pousa, e se afasta,
Mas nunca deixa de viver em mim.
És os colibri que semeia meu jardim
E não crê no que lhe digo, bem sei,
Tampouco põe crédito
No que julgo amor.
Se tens medo de me ferir,
O faz sem perceber,
Ah, como eu queria voltar
E nunca lhe conhecer!
A natureza da morte também me encanta
E se não me semeasses, esse poema não
Frutificaria tão precoce, tão ligeiro.
Eu fiz um desenho de ti
Pra tê-lo sempre aqui
Eu te amo...CoLibri.
                         e
                         v
                          i


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